O cuidado constante é essencial para uma boa saúde ocular, principalmente para portadores de diabetes, isto por que, a diabetes pode gerar vários problemas, inclusive na visão. Abaixo separamos cinco motivos para manter a diabetes sobre controle.
1 – A catarata é mais frequente em diabéticos: O sorbitol é um poliálcool derivado do metabolismo do açúcar, ele se acumula no cristalino e é o responsável pela prevalência da catarata em diabéticos, pois quando o organismo está com hiperglicemia o cristalino absorve água e aumenta, provocando miopia no paciente. Quando a glicemia volta aos valores normais ocorre a desidratação do cristalino e ele retorna ao tamanho original. Quando esta situação se repete muitas vezes, as fibras da estrutura do cristalino são alteradas, o que provoca a opacificação. Devido a isso os diabéticos sofrem mais com a catarata. “Além disso, os valores anormais de glicemia podem prejudicar exames de refração, indicando falso resultado de miopia, ou mais elevada do que a existente em situações de glicemia normal, por isso é essencial que o oftalmologista antes de prescrever óculos, tenha todas as informações sobre as taxas de glicemia do paciente, explica o Dr. Murilo Domingues.
2 – A prevenção é o melhor caminho para uma boa saúde ocular: o diabetes pode causar alterações no organismo que afetam diretamente a saúde ocular, levando a catarata, glaucoma e problemas na córnea, além de favorecer a retinopatia diabética, que é a maior causa de cegueira permanente em pessoas economicamente ativas. Para manter o diabetes sobre controle é preciso ter uma harmonia entre as visitas ao oftalmologista e aos outros profissionais responsáveis por acompanhar o paciente. O recomendado é que o portador de diabetes tipo 1 consulte um oftalmologista no máximo 5 anos após o diagnóstico da doença e que portadores do diabetes tipo 2 façam isso assim que seja confirmado o diagnóstico. Segundo o Dr. Murilo Domingues, em ambos os casos, as chances de tratamento são maiores se o diagnóstico de retinopatia diabética ocorrer precocemente, por isso recomenda-se que o paciente diabético procure um oftalmologista anualmente.
3 – A retinopatia diabética é uma grande ameaça para o paciente com diabetes: o paciente diabético sofre com muitas alterações químicas no organismo, devido a elas, a parede dos vasos sanguíneos fica gradativamente mais frágil, provocando hemorragias e vazamentos. Na retinopatia diabética, ocorrem alterações na microcirculação sanguínea retiniana, causando micro aneurismas, isquemia, dilatações capilares, oclusão capilar, vazamento de plasma e se não houver controle e tratamento adequados, a neovascularização, que é o estágio mais avançado da doença, chamado de retinopatia diabética proliferativa. Em 90% dos casos prevalece a forma não proliferativa da doença, ela causa discreta ou moderada perda de visão, já a forma proliferativa provoca acentuada perda de visão. As medidas preventivas diminuem ou evitam o surgimento da doença em 50% dos casos, além de retardarem a evolução e tornarem o tratamento menos traumático em cerca de 80% dos casos, por isso o melhor tratamento para a retinopatia diabética é preveni-la mantendo rigoroso controle da glicemia, das nefropatias e da pressão arterial, além de evitar a obesidade, o cigarro e o sedentarismo.
4 – O diabetes é um fator de risco para o glaucoma: a degeneração dos tecidos causada pelo diabetes pode afetar a trabécula e provocar escoamento do humor aquoso (líquido que nutre a córnea) de modo que a pressão intraocular é aumentada causando glaucoma secundário.
5 – O diabetes causa lesões na córnea: o paciente diabético tem as células epiteliais com menos aderência do que a dos não diabéticos. Devido a isso em processos cirúrgicos em que a córnea perde o epitélio, o paciente com diabetes levará mais tempo para fazer a cicatrização e repor as células. Esta vulnerabilidade do organismo pode favorecer infecções, inflamações nas pálpebras e úlceras. Em relação ao uso de lentes de contato pelo diabético, não existem restrições, porém é necessário maior atenção e cuidado por parte do oftalmologista e do paciente.